sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Os Vizinhos

Para começar, espero que vocês, meus vizinhos, nunca achem esse texto perdido na internet. E se acharem, desejo que fiquem eternamente na dúvida se são vocês ou não.

Acontece que meus dois vizinhos laterais (esquerdianos e direitianos) são vizinhos musicais neuróticos, isso mesmo. Comecemos pelo da esquerda.

São jovens na casa de uns 20 anos e são irmãos. Um deles montou um estúdio musical no quarto, que calhou também de ser quase colado ao meu quarto, exceto por umas duas paredes velhas. Ele gosta de cantar sozinho, especialmente funk e... Justin Timberlake. Aí começa a primeira neurose. O funk é raro, mas cantar Justin acontece todo dia: as mesmas músicas várias vezes, sendo as preferidas Cry Me a River e a mais nova que esqueci o nome (seria Clocks, Times, uma coisa assim?). Não conheço ninguém que goste tanto de JT assim. Às vezes eu me pergunto se ele também dança enquanto canta, tem toda a cara, mas não tenho provas concretas. Atenção fã-clube do Justin, vocês estão perdendo um ótimo presidente.

E agora vamos aos vizinhos da direita. Também são irmãos, só que perto dos 40 anos. Um é obcecado por Clube da Esquina – sim, aquele movimento musical mineiro de Milton Nascimento, Beto Guedes, Lô Borges etc – e Luiz Melodia. O outro irmão também é chegado numa MPB, só que das mais recentes: a obsessão dele é com Nando Reis. O irmão mais velho já chegou até a nos emprestar um CD do Clube da Esquina, numa vez que meu marido foi lá decidido a dar um basta depois de passarmos o sábado inteiro ouvindo “Da Janela Lateral”. Não funcionou, meu marido começou a abordar o assunto mas perdeu a coragem de brigar e acabou trazendo o CD para casa (?!?).

Porque o dilema reside aí, amigos: eles escutam músicas ruins? Eles escutam funk, brega, pagode de 2ª categoria? Não. A música é boa, só tem um inconveniente de ser a mesma música todo o tempo. Vale a pena quebrar a paz com a brodagem vizinhança por isso? Até agora decidimos que não, apesar de termos formulados algumas teorias envolvendo cartas anônimas e ameaças (mas juro que só pensamos isso nos momentos de desespero, ou seja, quando todos decidem escutar as músicas ao mesmo tempo).

Até lá vou me virando com um fone de ouvido.


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A gordura no cabo da panela

Sim, meus caros amigos... É sobre este assunto que eu gostaria de falar: o dilema da gordura no cabo da panela. Talvez seja por procrastinação das outras coisas importantes que tenha para fazer, ou seja somente porque tenho um desejo imenso de estrear o teclado novo que meu marido comprou da Microsoft, mas o fato é que este assunto merece um post.

Eis o dilema: ganhei esta frigideira nova da minha mãe, da Tramontina. Deixei passar tanto tempo com uma ruim, pensando em toda o problema ambiental que seria jogá-la fora, até que enfim mamis me deu uma nova, o que me obrigou a jogar fora a velha.



Gosto imensamente dessa frigideira. O teflon funciona. Ela é larga, me poupa tempo, pois posso fritar mais coisas de uma vez só. E é bonita. Tenho cuidado com a danada. Não a guardo junto com outras panelas porque sei que pode arranhar. Guardo-a pendurada. E estava dando tudo certo, até que hoje, quando fui lavá-la, notei uma coisa... Que na verdade já estava acontecendo há muito tempo, mas eu ignorei: a junção da panela com o cabo tem uma parte de alumínio que deveria ser prateada, mas estava preta... de gordura. Aaaargh.

Tenho um certo horror a essas "pegadinhas da cozinha": você pensa que está tudo limpo, e quando vai olhar os cantinhos escuros e úmidos, lá estão coisas pretas e grudentas, restos de gordura, coisas assim. Isso acontece com o canto da parede embaixo do fogão, embaixo do filtro de água, nos cantos da geladeira e em inúmeros cantinhos deste lugar tão gorduroso que se chama cozinha.

Voltando a frigideira... Já tinha lavado todos os pratos, então dediquei-me a deixar o cabo da frigideira de volta como ele era um dia. Tentei esfregar com a esponja. Leve melhora, mas leve mesmo. Lembrei do saponáceo, que tecnicamente serviria para isso. Coloquei numa escovinha que mantenho na cozinha. Hum... Melhora razoável. O que se há de fazer, ó Deus? Então comecei a raspar com uma faca, contornando os cantos. Quantos cantos! Sinceramente, que design horrível. É cheio de curvas e lugares onde podem se esconder as bactérias. Como pode alguém não se lembrar disso na hora de projetar uma frigideira? Façam coisas fáceis de higienizar! Gordas ou planas, sem entradinhas.

Por fim, lembrei do polimento de alianças. Polidores não lavam as alianças, eles as lixam levemente. Com o que eu poderia lixar esse alumínio? Bem, eu só conheço 2 tipos de lixas: uma de parede e uma de unha. Chequei minhas lixas de unha. Tenho várias, umas que nem usei. Então tá. Peguei a lixa de unha e -sim, eu fiz isso - lixei o alumínio. Com a faca eu fui fazendo a 'finalização'. Quinze minutos e uma lixa perdida depois, me dei por satisfeita. Continua ruim, mas 80% menos ruim. Espero que essa frigideira viva muitos anos, depois dessa :P