quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

A invencibilidade


invencibilidade
substantivo feminino
  1. qualidade ou condição do que é invencível.


Então, cheguei eu ao ano em que completarei 29 anos. E estava eu refletindo sobre a minha saúde e minha sensação constante de frustração em relação à mesma. Eu agora tenho medo de morrer. Tenho medo de ir ao médico e descobrir que tem algo ali nos meio do que eu sempre considerei ser só uma dorzinha, ou uma alergiazinha, ou um "defeito de fábrica". Eu tenho medo de morrer não pela morte em si, mas por medo do efeito que teria nos outros, que eu vi acontecer na minha vida.

Esse sentimento de falibilidade começou depois que minha sogra faleceu. Eu vi uma pessoa que não tinha "nada" sentir uma dorzinha e ela ir evoluindo, a assisti ir aos médicos em sucessão, considerando qual tratamento faria, até nada mais fazer sentido e descobrirmos que ela tinha, na verdade, câncer metastático. Na época, o choque não foi tanto para mim, pois eu sempre fui uma pessoa otimista. Eu acreditei que teríamos tempo, que a medicina tinha avançado muito, que ela ficaria boa. Porém, agora que o caminhão da realidade me atropelou (ela faleceu), eu não tenho mais esse otimismo inabalável. Algo dentro de mim quebrou pra sempre, e me dói ser essa pessoa vitimista e assustada. 

Bem, e o que isso tem a ver com a minha idade? Primeiro, eu acho que nessa idade eu teria que estar no auge espiritual, profissional e emocional. Rotina organizada, casa limpa, corpo menos gordo. Viajando bastante. No entanto, ao analisar minha dependência diária dos meus medicamentos de controle da asma e da alergia, eu me sinto no meu ponto mais baixo. E segundo que eu me dei conta que à medida que o tempo passar, mais pessoas eu vou perder. A sensação de que a morte é real ficou mais palpável, e eu não tenho mais o sentimento de invencibilidade de quando somos adolescentes. Mas, sinceramente, esse é único sentimento que acho natural, e sinto um pouco de consolo ao pensar que outros na minha idade talvez estejam sentindo o mesmo.

Coragem - Diogo Nogueira

A gente tem coragem pra vencer
A gente não se cansa de lutar
A gente corre atrás e manda ver
Se tem objetivo, vai buscar
Não há nada pra nos abater
Deus está aqui pra nos guiar
Quem sabe faz a vida acontecer

Pra quê chorar? Melhor sorrir!
Perseverar, não desistir
E ter um pouquinho só de malandragem
A vida vai te balançar
Te questionar, te sacudir
O que ela quer da gente é coragem.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Vamos viver o presente

Eu estava refletindo essa manhã sobre a nostalgia que tomou conta da minha geração. Pessoas de 25-30 anos que passaram a endeusar livros, games, filmes e músicas antigas. Vejamos o caso da Disney. Mil anos depois e ainda se vendem cadernos das princesas Disney. Meus amigos, as princesas Bela, Aurora e Ariel já eram idosas quando eu era criança.

Só as novinhas

Mas a verdade é que estava especificamente pensando em Harry Potter. Um livro de 1998. Aí vem esse ano e lançam mais um filme, um derivado da história principal que já foi escrita e terminada há tempos. Sério, pessoal?

A gente precisa ter um limite pra nostalgia. Muitas coisas eram legais, mas o tempo já passou. Ficamos adultos e as coisas mudaram. Agora o que existe é só exploração comercial, puro capitalismo. Os parques da Disney e os produtos licenciados são alguns exemplos.

Pra terminar essa história, lembrei do que senti quando Los Hermanos, anos depois de terem encerrado e parado de fazer músicas novas, continuaram fazendo shows pós-morte em Recife. Eu mesma fui uma grande fã, nos meus 13-15 anos. Todas aquelas letras reflexivas eram perfeitas pro meu gosto. Mas quando meus amigos vieram me chamar pra ver o "show de recordação", quase enfarto de ódio. Ver um show que eu já vi, ouvir as mesmas músicas que eu sei de trás pra frente, pra matar uma saudade que eu não tenho e encher o bolso da banda?

Não, obrigada.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Vibes da Austrália

Sábado a noite. Gilliano estava jogando FIFA '17. Já havíamos comentado entre nós dois antes a incrível seleção musical que o pessoal desse jogo faz. A música é sempre boa.

G gostou de uma música em especial e me mandou procurar qual era banda. Parecia Oasis. Antes de eu tentar entender as letras para buscar no Google, ele me mostrou que o Android tem a função de ouvir a música e reconhecê-la. Uau.

Aí o Google nos mostrou essa música: DMA's - Play it out <<<  Nunca havia ouvido falar.

Depois de apreciar, fui atrás de mais músicas do DMA's e nos vídeos relacionados estava essa outra, um cover que eles fizeram da música Believe, da Cher. É, literalmente, inbeliavable (bad, bad pun). A princípio eu não sabia bem se eu estava gostando, até entender que eu estava gostando bastante. Atentem para o fato de que ele está cantando E mastigando chiclete.


DMA's - Believe

Não satisfeita, eu vi que esse canal "triple j" é de uma rádio australiana e que eles têm esse programa em que as bandas vão e cantam uma música própria e outra cover, chamado Like a Version. É claro que fui olhar tudo, mas não reconheci muitas bandas, a maioria são australianas. Exceto por uma versão do Arctic Monkeys cantando Tame Impala - Feels like we only go backwards. Vale muito a pena, MESMO. Na verdade, eu já tinha ouvido antes. 

[Vou abrir um adendo aqui. O vocalista do Arctic é tipo uma Marisa Monte do rock em inglês. Tudo que ele cantar vai soar bem, que voz, que voz]

Então, aparentemente, Tame Impala também é da Austrália. Eu já coloquei tantos links de música nesse post que nem vou me dar mais ao trabalho, mas um monte de músicas deles são incríveis. É tipo um rock hippie. O clipe de FLWOGB vai te deixar enjoado de tanta psicodelia. Sem falar que eu descobri que existe um animal chamado impala.

Tame Impala - Feels like we only go backwards
Tente tirar esse refrão da cabeça!

Então, ainda sobre a Austrália. Eu fiquei pensando: no Brasil não existem, que eu conheça, programas de rádio tão legais assim, em que as bandas vão e toquem ao vivo ou façam covers. Isso me lembrou de que eu sigo um radialista australiano no instagram (what??) que eu não lembro como comecei a seguir, mas ele parece ser bem famoso lá, e os posts dele são hilários. É o Hamish Blake. Link pro ig dele aqui. Eu também sigo a mulher dele, a Zoe Foster Blake, que é escritora e tem uma empresa de cosméticos. Mais posts hilários.

Então, com todas essas óbvias razões, vocês acham que eu deveria conhecer a Austrália asap sim ou com certeza? 

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Ode ao Tomate



Bendito seja o dia em que foste criado,
ó Tomate!
Vermelhinho, cheio de licopeno
 és amigo do queijo e das massas,
das saladas e da cebola.
Contigo não há dilemas!

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Viajando a João Pessoa (2013/2014)

Então hoje eu voltei de João Pessoa. Cidade limpa, vias largas, pessoas dispostas a ajudar. Mas o que eu quero hoje é compartilhar como foi a volta de lá para Recife, via ônibus. Porque tantas vezes eu procurei essa informação na web e encontrei coisas desatualizadas ou incompreensíveis. Foi assim:

Estávamos num bairro chamado Mangabeira. De lá, descobrimos que há um ônibus, o 301 - Mangabeira/Integração, que  vai direto para a rodoviária. Pegamos no terminal na Mangabeira 4 aproximadamente as 7h45. Detalhe: em JP a entrada nos ônibus ainda é por trás, como era antigamente em Recife. Achei ruim, mas o bus tava novinho e fomos sentados. A passagem foi R$2,20. Meia hora depois chegamos na rodoviária cheia de motoristas gritando na entrada a procura de passageiros para viagens intermunicipais.

Lá dentro, logo de cara vc encontrará duas empresas que te trazem pra Recife: a Progresso e a Bonfim. Devem ter mais, mas só vi essas. A Progresso faz as viagens que terminam em 30: 4h30, 5h30, etc. A Bonfim faz nas horas cheias. Como queríamos comer algo, decidimos pelo ônibus das 9h da Bonfim. A passagem custou R$21, que podiam ser pagos no cartão. Mas por fora eles cobram uma taxa de embarque de R$2 que tem que ser paga em dinheiro. As duas empresas tinham o mesmo valor, e pelo que vi as viagens vão de 4h30 da manhã as 22h30 da noite.



Entrando um pouco mais, achei a rodoviária engraçada, ar de 30 anos atrás. Os banheiros estavam limpos e a comida da lanchonete em que provamos vitamina, misto, salgado e suco estava deliciosa. Boa demais, esqueci de ver o nome... mas era a maior de lá.

Chegamos no portão 2 (a rod. é bem pequena) faltando 5min e o único ônibus lá era o nosso. Tem cadeiras marcadas e foi cheio, mas ninguém em pé. Ar condicionado, cadeiras novinhas, o cobrador relembrando a todos de usar o cinto de segurança. Eles fazem 3 paradas: Abreu e Lima, integração da Macaxeira e Av. Caxangá, antes do TIP de Recife. Depois de 2h, descemos tranquilamente na Caxangá e pegamos um taxi pra casa.

É isso... Não teve nenhum dilema dessa vez, na verdade! Fica aí a dica pro pessoal igual a mim, que não tem costume de andar em rodoviárias. Vale a pena a viagem ;)


sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

A palavra "esposo"

Sempre estranho quando chamam meu marido de "esposo". É uma pontada de agonia que tenho com certas palavras, e essa é uma delas.

"Como vai o seu esposo?" Uuurgh.

Não vamos esquecer que essa palavra rima com "viscoso".

São tão simples as alternativas. Esposa e marido. Homem e mulher. Cônjuge. Companheiro.

That's it.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Os Vizinhos

Para começar, espero que vocês, meus vizinhos, nunca achem esse texto perdido na internet. E se acharem, desejo que fiquem eternamente na dúvida se são vocês ou não.

Acontece que meus dois vizinhos laterais (esquerdianos e direitianos) são vizinhos musicais neuróticos, isso mesmo. Comecemos pelo da esquerda.

São jovens na casa de uns 20 anos e são irmãos. Um deles montou um estúdio musical no quarto, que calhou também de ser quase colado ao meu quarto, exceto por umas duas paredes velhas. Ele gosta de cantar sozinho, especialmente funk e... Justin Timberlake. Aí começa a primeira neurose. O funk é raro, mas cantar Justin acontece todo dia: as mesmas músicas várias vezes, sendo as preferidas Cry Me a River e a mais nova que esqueci o nome (seria Clocks, Times, uma coisa assim?). Não conheço ninguém que goste tanto de JT assim. Às vezes eu me pergunto se ele também dança enquanto canta, tem toda a cara, mas não tenho provas concretas. Atenção fã-clube do Justin, vocês estão perdendo um ótimo presidente.

E agora vamos aos vizinhos da direita. Também são irmãos, só que perto dos 40 anos. Um é obcecado por Clube da Esquina – sim, aquele movimento musical mineiro de Milton Nascimento, Beto Guedes, Lô Borges etc – e Luiz Melodia. O outro irmão também é chegado numa MPB, só que das mais recentes: a obsessão dele é com Nando Reis. O irmão mais velho já chegou até a nos emprestar um CD do Clube da Esquina, numa vez que meu marido foi lá decidido a dar um basta depois de passarmos o sábado inteiro ouvindo “Da Janela Lateral”. Não funcionou, meu marido começou a abordar o assunto mas perdeu a coragem de brigar e acabou trazendo o CD para casa (?!?).

Porque o dilema reside aí, amigos: eles escutam músicas ruins? Eles escutam funk, brega, pagode de 2ª categoria? Não. A música é boa, só tem um inconveniente de ser a mesma música todo o tempo. Vale a pena quebrar a paz com a brodagem vizinhança por isso? Até agora decidimos que não, apesar de termos formulados algumas teorias envolvendo cartas anônimas e ameaças (mas juro que só pensamos isso nos momentos de desespero, ou seja, quando todos decidem escutar as músicas ao mesmo tempo).

Até lá vou me virando com um fone de ouvido.